
Quando surgiram, no final do século 19, os brechós não gozavam da mesma concepção que hoje possuem. Eram apenas lojas de artigos de segunda mão, destinados (muitas vezes) à pessoas que não teriam condições de adquirir roupas em estabelecimentos convencionais. Vem daí sua má fama de reduto de traças e velharias. Conceito que tem mudado.
Nem só de mercadorias usadas vivem os brechós modernos. Muitos deles possuem produtos sem uso, além de peças customizadas* com preços acessíveis. Roupas de marcas famosas, artigos que já saíram de catálogo e a diversidade de estilo fazem destes templos do retro, o refúgio de artistas e da ‘galera alternativa’. Mas não só deles. Afinal, como sugere a estudante de jornalismo da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Ana Luiza Vieira, não há porque não comprar em brechós se é ali que se encontram as grandes marcas com preços acessíveis.
- Já comprei muitos sapatos, muitas bolsas por preços módicos, por 10 reais, 20 reais, maravilhosos. Então é só garimpar. Realmente tem que garimpar muito. A maioria desses brechós tem milhões de tralhas, milhões traças e pouca roupa boa. Mas, acho que é só ter um pouquinho de força de vontade que vale à pena – revela.
Outro bom motivo para aderir ao vintage* é a exclusividade. Através da customização, roupas que outrora “fizeram sucesso” podem ser recicladas e voltar a atrair olhares. São estas peças únicas que agradam a professora aposentada Tania Maria Klein (foto acima).
- Eu gosto de comprar em brechó porque é uma oportunidade que tenho de encontrar alguma coisa exclusiva. Diferente, diferenciada do que eu encontraria nas lojas.

- Normalmente eu olho com olhos para transformar, cortar, botar algum enfeitinho, alguma coisa. Eu até queria abrir com mais customização. Não consegui, porque tenho outras coisas paralelas, que não deu. Mas, agora, nas férias eu vou me dedicar bastante a customizar. Ter coisas bem diferentes.
Daniela pretende, ainda, disponibilizar espaço – nos fundos de sua loja – para um acervo de peça para figurinos de teatro. Mas tudo no seu devido tempo.
** Glosssário
CUSTOMIZAR – dar um toque pessoal a uma roupa ou objeto. Cortar camisetas é customizar.
RETRÔ – termo usado para roupas antigas que voltam à moda.
VINTAGE – termo em inglês para designar roupas de segunda mão, datadas, a moda que sai dos brechós.
O Endereço do Brechó Maria Flor é:
Rua: Miguel Tostes, 796
Bairro: Rio Branco.
Fone: 96655367
* Matéria produzida em outubro de 2005